11 de dezembro de 2011

Escolhendo a paz


A verdade é que, às vezes, não há outra escolha, senão a de aceitarmos e convivermos amigavelmente com uma dor...Quando a mudança de uma situação realmente não é possível, ou não ocorre de acordo com a nossa vontade, fazer as pazes com os fatos é o que de melhor temos a fazer.
Muitas vezes, a revolta pode gerar mudanças necessárias, é verdade. Mas precisamos aprender a detectar o ponto em que ela se torna inútil; ou mesmo, um veneno, por vezes, fatal em doses homeopáticas.


27 de junho de 2011

Superficialidade e projeção


Relacionamentos superficiais são o terreno mais fértil para a projeção. Neles, qualquer um pode ser sempre legal e amável. De longe, qualquer um pode ser bonito, normal e perfeito. Bom, eu não quero ser vista assim. 
Eu quero o direito de mostrar que erro e sou capaz de magoar, por mais que me esforce para fazer o contrário. Que tenho limitações e que, em alguns momentos, a verdade é que não sirvo de exemplo a ser seguido. Que, na condição de ser humano, sou base frágil demais para que todos os sonhos de outro sejam depositados sobre mim - pois, quando eu cair (e isso vai acontecer), eles irão ao chão; e eu não quero que isso aconteça...
 Eu quero ser amada apesar do meu lado feio: aquele lado que nem eu mesma gostaria de ver, exceto por me tornar mais humilde. Mas não quero carregar o fardo de ser vista com perfeição por alguém; de suprir ou superar todas as suas expectativas - esta seria uma exigência desleal. Portanto, não prometerei nada mais - como também não me comprometerei com nada menos - do que, sinceramente, me esforçar, a cada dia, em ser melhor.
Eu quero relações reais, e não contos-de-fadas; profundas e com pessoas de verdade: humanas e limitadas como eu. Porque é de perto que a gente enxerga as menores imperfeições; é na intimidade que a gente descobre o outro e se descobre. E somente onde, também, a gente descobre o que é amar. 
Se disposto a amar somente o bom e o bonito, poderia receber qualquer outro nome, menos o de "amor". O cultivo do amor envolve o esforço de plantar a semente, a paciência de esperar a flor brotar, a tolerância para suportar os espinhos e a persistência de regá-la diariamente para que não desfaleça. Se não está disposto a fazer isso, não o desperte; nem espere colher os seus frutos.

Quem não tem relacionamentos profundos é um ponto de interrogação para si mesmo. E jamais receberá a bênção de perdoar ou ser perdoado: de dar e receber a chance de tentar acertar numa próxima vez. Quem viver de relacionamentos superficiais, não experimentará, jamais, o amor no seu sentido pleno.


Portanto, espere de mim profundidade, envolvimento, transparência. Mas também tolerância, lealdade, empenho. No entanto, por favor, lembre-se: se pretende viver na "superfície", este é um lugar que só visito de passagem e no qual eu não sobreviveria mais do que poucos instantes. Eu admiro o lado de fora, mas não aprendi a não mergulhar: o que me fascina é a beleza e a trama do que está nas profundezas. Eu não aprendi a não olhar para dentro.


P.S: foi a partir desta reflexão que escrevi o seguinte trecho, já anteriormente postada aqui no blog: "Eu sou pássaro que migra para outros pólos quando alguém tenta cortar as asas da minha liberdade de pensar! E, simultaneamente, peixe que não sobrevive muito tempo na superfície: meu habitat natural são as profundezas e, para me encontrar verdadeiramente,é preciso fôlego e ousadia para uma imensa viagem a mergulho."


17 de abril de 2011

Entre a discriminação, o preconceito e a opinião


Mais uma vez a massa (sociedade), de mãos dadas, caminha de um extremo ao outro - como o pêndulo de um relógio. Não consegue parar no meio do caminho, ponderar as coisas, e achar uma posição equilibrada. Porque sequer pára para pensar se existe um meio-termo; sequer reflite, sequer questiona. Simplesmente segue supostas verdades de olhos fechados, sem saber para onde vai.

São muitos os assuntos em relação aos quais isso acontece. Mas, hoje, vou adentrar, especificamente, no da homossexualidade. Tenho consciência das pedradas que posso levar daqueles que não vão entender o que eu digo; mas vale a pena cada palavra pelos que vão entender.
Honestamente, meu objetivo aqui não é trazer à tona a tão polêmica, infindável e já defasada discussão de se ser contra ou a favor (pelos motivos já citados nesta mesma frase). A questão aqui é outra: alertar para a confusão que se tem feito entre se ter preconceito, discriminar e ter opinião diferente em relação a um determinado assunto.. Pois, embora no dicionário (vide) sejam coisas diferentes, estão sendo tratadas como iguais - pelo menos ante o tema em questão.

Vamos às definições:
TER PRECONCEITO significa ter um conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. Sendo assim, essa característica pode ser atribuída, diga-se de passagem, aos mal-informados de plantão - que, sim, infelizmente, são maioria - que ficam na cômoda posição de julgar o que desconhecem. Mas é, também, sinônimo de atitudes discriminatórias, manifestações hostis ou desprezo pelo diferente.

DISCRIMINAR, por sua vez, significa "separar", tratar com diferença ou, popularmente, "tratar mal" a outro de quem se discorda por alguma razão (semelhante ao preconceito, na prática).

OPINAR é sinônimo de expor o que se pensa ou entende.

A diferença entre esses três não vem sendo considerada, pois a verdade é que ter opinião contra questões que envolvem a prática homossexual se tornou algo socialmente não aceito: porque está sendo confundido com ato discriminatório. E não o é. Só pra citar um exemplo, uma pessoa pode não ser a favor da adoção de crianças por pares do mesmo sexo sem, e, no entanto, tratá-los com o mesmo respeito e amor com que aos demais.

E parece que existe um discurso implícito nessa confusão: "Tomamos consciência do quanto os homossexuais já sofreram muito com a discriminação social e de que ter preconceito é errado. Então, agora, vamos ser todos politicamente corretos e fazer de tudo para deixar claro para o mundo que somos democráticos e lidamos exemplarmente com as diferenças, custe isso o que custar!"

É a partir de "conclusões" extremistas (que vão de um extremo a outro) como esta que surgem "soluções" extremistas, como, por exemplo, o projeto do Governo Federal que deverá entrar em vigor no próximo ano, onde um "Kit de combate à homofobia" - ou "Kit Gay", como ficou popularmente conhecido - será distribuído nas escolas, para crianças de 7 a 10 anos (!!!) de idade. Para os detalhes, por favor, assistam a este vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=I6qo0Tc4CcA&sns=fb

Ok! Discutir a discriminação e o preconceito na escola em relação a qualquer pessoa, a fim de combatê-los, é certo e adequado! No entanto, medidas como esta, passam de simplesmente discutir a, praticamente, fazer apologia. Dizer a crianças (principalmente nesta faixa-etária) que podem seguir uma orientação sexual diferente da sua (biologicamente falando) não é necessário, adequado, nem educativo, e nada tem a ver com combater o preconceito aos que seguem. A coisa pode e deve, portanto, ser feita por outro viés: ensinando o respeito e amor pelo próximo, seja ele quem for (de qualquer raça, situação econômica, nacionalidade, crença, escolaridade, ou orientação sexual) e independente de você estar de acordo ou não, achar certas ou erradas, melhores ou piores as suas escolhas! Respeito independe de diferenças; independe da sua opinião!

“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei.” (Jo 15,12).

Convém lembrar, ainda, que amar não significa estar de acordo com tudo que uma pessoa pensa, é, diz ou faz. As coisas podem, portanto, tranquilamente, andar juntas. No entanto, deixa de ser amor, sim, quando contém os elementos da discriminação.

A nossa sociedade evoluiu no sentido de reprimir atitudes discriminatórias e combater o preconceito. Mas regrediu e deixou, igualmente, de ser democrática, ao criar preconceito, reprimir e classificar como homofóbico quem não considera a homossexualidade algo natural. Pois concordar ou discordar é direito de qualquer ser humano (ou será que estamos formulando uma espécie de ditadura disfarçada de democracia e adaptada à contemporaneidade?) e, em si, NÃO É sinônimo de discriminar! Apenas demonstra que podemos ter visões diferentes a respeito das coisas. O que deve ser combatido é o ato de discordar somado ao de se agir com preconceito ou discriminação. Separemos as coisas, pois.


11 de fevereiro de 2011

Jogos de amor


Jogos de amor

Ei, garota, não entra nessa jogada,
de tentar ser o que não é pra ser valorizada.
Fique atenta às empreitadas constantemente lançadas
por quem não vale a pena
Não vai te fazer sentir verdadeiramente amada.
Não traia seus princípios, fique firme na estrada
Pois quem te quer assim, não te acrescenta em nada.

Olha à sua volta, são tantas iludidas
com essas falsas verdades sobre a vida.
Não seja mais uma a cair na armadilha
Os lobos estão à caça, e andam em matilhas.
Os lobos estão à caça, e andam em matilhas.

Ei, menina, não entra, não, nesse jogo
E entenda que, em Deus, O Cordeiro é mais forte que o lobo
Então abre teus olhos, não ficarás cega
Pois o verdadeiro amor, na verdade...enxerga!
O verdadeiro amor enxerga!

Ei, garota, não entra nessa jogada,
Jogos de sedução são “auto-traição”
E levam aos caminhos da desilusão.
Você foi por Deus planejada e criada
Espera com paciência, tem prudência
Pois a sua felicidade, por Ele, está guardada!

Não chora, garota, cada lágrima tua está sendo contada
Dá a volta por cima, segue firme na estrada
Pela manhã cessará o choro e voltará a alegria
Pois nenhuma promessa do Senhor pra tua vida pode frustrada!
Nenhuma promessa pra tua vida há de ser frustrada!