24 de dezembro de 2010

"Tudo de bom" neste Natal, nesta data especial!


Compartilho a mensagem de Natal que enviei para alguns amigos. Lembro, porém, que haveria muito mais o que levantar, principalmente a respeito do verdadeiro sentido do Natal, mas, sem tempo, no momento, deixo (ao final desta mensagem) o link de um vídeo que, apesar de breve, na minha opinião, trata disso com bem mais propriedade do que quaisquer palavras poderiam fazê-lo.


"Nas datas especiais costumamos espalhar muitos votos de coisas boas: amor, felicidade, saúde, paz, sucesso, dinheiro, dentre outros. Mas, cá entre nós: se você fosse questionado, diria que acredita que a maioria dessas coisas se concretizam na sua vida? Você se sente feliz, em paz, realizado, sente que ama e é amado sinceramente, se sente saudável e com vitalidade? Geralmente desejamos e fazemos para os outros aquilo que gostaríamos de receber.

Infelizmente, muitos (a maioria?) fazem votos de felicidade, e nem sempre a sentem em suas próprias vidas, nem sabem exatamente como contribuir para que os outros a sintam. Muitos desejam sucesso, mas existe uma grande parcela que, apesar de muitas conquistas ou aquisições que deveriam fazer-lhes se sentirem realizados, permanecem com uma certa sensação de fracasso. Tantos são os votos de riqueza, mas embora alguns durmam em "berço de ouro", continuam sentindo-se insatisfeitos como miseráveis. Muitos desejam paz e amor, mas não lembram que, na prática, existe um considerável grau de dificuldade em cultivá-los e transmití-los no nosso dia-a-dia (então, de onde virão?).

Afinal, por que é assim?

Porque muitos de nós desejamos coisas maravilhosas sem, no entanto, considerarmos e lembrarmos da fonte da qual todas as coisas essencialmente boas provém: de DEUS! Pois as coisas boas provém dEle...enquanto, as ruins, de nós mesmos: da nossa incapacidade natural de cultivá-las. "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço." (Romanos 7:19)

Mas, mais do que isso: desejar as bênçãos de Deus, só, não basta! Para se conquistar verdadeiramente tudo isso, é preciso ir além: é preciso conhecer verdadeiramente e seguir o Deus das bênçãos! Então, o desejo sincero e a ação para contribuir com os outros para que aqueles votos se concretizem em suas vidas será mera e espontânea consequência do que já vem acontecendo na sua própria.

Por isso, não só nas datas especiais, neste Natal, neste novo ano, mas em todos os teus dias, é o que venho desejar pra tua vida: que esse Deus, o real sentido do Natal e da própria vida, preencha de real sentido o teu viver! Só Ele conhece perfeitamente e pode preencher as lacunas da necessidades de qualquer âmbito do ser humano! Que você permita que Ele entre na sua vida e possa transformá-la segundo a Sua vontade, moldando seu caráter, para que semeies atitudes que, por sua vez, gerem os frutos (os votos) tão desejados nas datas especiais, como a de hoje. E então, "todas as demais coisas lhe serão acrescentadas" (Mateus 6:33).

Para finalizar, deixo o link deste breve vídeo, que nos faz refletir a respeito deste assunto: http://www.youtube.com/watch?v=mjFAcXtmViM&feature=related

Feliz Natal e Ano Novo todos os dias de sua vida!


8 de outubro de 2010

Meu Flickr (fotografia)




Pra quem gosta de natureza e fotografia, estou divulgando meu Flickr, que fiz no mês passado: http://www.flickr.com/photos/wonderfulcreation_bynaty/
Caso alguém não conheça, trata-se de um site onde pode-se postar fotos com os direitos autorais reservados.
Sou apaixonada pela criação de Deus, principalmente pela natureza - tema principal das minhas fotos.
Como diz o Salmo 19.1, "os céus proclamam a Sua glória e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos."

Ah, nada profissional, só lazer... ;)

Quem visitar, se possível, deixe seu(s) comentário(s) abaixo das imagens! ;)
* Uma dica: ao abrir a página, aparecem as miniaturas; para visualizar melhor as fotos, clique nelas individualmente, e serão ampliadas.


Obrigada pela atenção! Abraços!!!

12 de maio de 2010

QUATRO ESTAÇÕES


A "primeira impressão que fica" é algo complicado. Digo, inclusive, que algo perigoso e, certas vezes, prejudicial, se não considerada com flexibilidade. Muitas vezes, se eu não tivesse dado o direito da dúvida, teria deixado de descobrir verdadeiros tesouros escondidos por detrás de um rosto, num primeiro momento, rígido, frio, ou, mesmo, para mim, "antipático". Se eu não tivesse esperado, julgaria muitas pessoas por apenas um momento de sua vida - e, além de ser injusta, perderia de aprender muitas coisas que, hoje, me ajudam a viver.
A nossa tendência é essa. Mas a verdade, é que nenhum de nós sorri o tempo todo e nenhum de nós gosta de ser julgado por apenas uma estação da nossa vida. Penso em quantas pessoas que frequentemente sorriem, temem deixar de ser amadas - porque, provavelmente, deixariam de sê-lo - se expressarem que estão, na verdade, em uma fase de fraqueza, ou de tristeza, de revolta, ou mesmo de transição, de revisão de conceitos que antes as mantinham em concordância com um grupo ou uma maioria. E penso, também, o quanto muitas outras aprenderiam a sorrir se fossem amadas e respeitadas, primeiramente, na sua fragilidade.

Será que não percebemos que, se rejeitamos a face HUMANA do outro é porque não somos capazs de aceitar, primeiramente, a nós mesmos? Na humanidade, e perante a dor e a morte, nós somos todos iguais! E, se o orgulho ameaçar tomar conta, lembremos que todos "do pó viemos, e a ele retornaremos" - conforme está escrito em Eclesiastes 3.20.
Portanto, nosso papel de pessoas igualmente imperfeitas e suscetíveis às diferentes estações da vida, certamente, não é o de julgar ou se afastar; mas, a coisa mais sensata a fazer é acolher, dar suporte e amar, independente de "a árvore" estar florida, seca, cheia de frutos, ou coberta de espinhos.
A mensagem abaixo é linda e tem muito a nos ensinar a respeito disso e de paciência.
Abaixo dela, as sábias palavras de Eclesiastes 3.

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QUATRO FILHOS E QUATRO ESTAÇÕES

Um homem morava no deserto e tinha quatro filhos ainda adolescentes. Querendo que seus filhos aprendessem a valiosa lição da não precipitação nos julgamentos, os enviou para uma terra um onde tinha muitas árvores. Mas ele os enviou em diferentes épocas do ano.

O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o mais novo foi no outono.
Quando o último deles voltou, o pai os reuniu e pediu que relatassem o que tinham visto.

O primeiro filho disse que as árvores eram feias, meio curvadas, sem nenhum atrativo. O segundo filho discordou e disse que na verdade as árvores eram muito verde e cheias de brotinhos, parecendo ter um bom futuro.

O terceiro filho disse que eles estavam errados, porque elas estavam repletas de flores, com um aroma incrível e uma aparência maravilhosa!

Já o mais novo discordou de todos e disse que as árvores estavam tão cheias de frutos que até se curvava com o peso, passando a imagem de algo cheio de vida e substância.

Aquele pai então explicou aos seus filhos adolescentes que todos eles estavam certos! Na verdade eles viram as mesmas árvores em diferentes estações daquele mesmo ano.
Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou pessoas por apenas uma estação ou uma fase de sua vida.

Ele explicou que a essência do que elas são, a alegria, o prazer, o amor, mas também as fases aparentemente ruins que vem daquela vida só podem ser medidas no final da jornada quando todas as estações forem concluídas!

Se você desistir quando chegar o “inverno”, você vai perder as promessas da primavera, a beleza do verão e a plenitude do outono.

Não permita que dor de apenas uma “estação” destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida por apenas uma fase!

Persevere através dos caminhos dificultosos, e épocas melhores virão com certeza!
Viva de forma simples, ame generosamente, se importe profundamente,fale educadamente...e deixe o restante com Deus!

A felicidade mantém você doce. Dores mantém você humano. Quedas te mantém humilde.
Sucesso te mantém brilhando. Provações te mantém forte. Mas somente DEUS...te mantém prosseguindo!

(Autor desconhecido)

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Eclesiastes 3. 1-8 (NTLH)

Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar;
tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir.
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar.
Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar;
tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar.
Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.

O DESPERTAR!


Existe - ou seria ideal que sempre existisse - aquele tempo em que o efeito "anestésico" que nos deixou adormecidos para algumas coisas que nos prejudicam e que, por hábito, mantemos, parece que passa. Então, de repente, você parece acordar e decide fazer uma FAXINA em tudo o que não presta! Este texto quebra alguns paradigmas, e muitas coisas rígidas que construímos em cima de "castelos de areia". Sábias e sensatas palavras! Compartilho! ;)


O DESPERTAR

Chega um tempo em tua vida quando você finalmente se dá conta - em meio de todos seus medos e insanidade – de que você está andando em círculos ou até no ponto morto. Em algum lugar dentro de você há uma voz que grita - CHEGA!

Chega de lutar e debater-se tentando agüentar firme. E, como uma criança que se aquieta após a tempestade, seus soluços começam a abrandar-se, seu desespero a acalmar-se – e devagarinho você começa a ver o mundo com novos olhos.

Este é seu DESPERTAR.

Você percebe que é tempo de parar de esperar que tudo mude ou até que você possa transformar o mundo, por mais que se envergonhe deste seu orgulho que foi a mola propulsora da sua luta – (e ela foi boa!), de esperar por felicidade, segurança ou plenitude além do próximo horizonte.

Você faz as pazes com o fato de não haver um final feliz para todos seus contos de fadas e que o “...e viveram felizes para sempre“ deve começar dentro de você. Neste processo nasce um sentimento de serenidade e aceitação.

Você aceita o fato de que não é perfeito(a) e que nem todos podem amar ou aceitar quem e o que você é – e é bom que assim seja. Cada qual é prisioneiro(a) de sua própria visão limitada. E você aprende a amar a si mesmo(a) e a dar-se tapinhas de estímulo nas costas, num estágio de nova aceitação de si mesmo(a).

Você pára de queixar-se ou de acusar outras pessoas pelo que fizeram ou não fizeram a você e aprende a contar com o inesperado.

Você aprende que as pessoas nem sempre dizem o que pensam ou pensam o que dizem e que nem todos estão aí para você e que nem tudo gira ao seu próprio redor.

Assim você aprende a assumir responsabilidade por você e de cuidar de si mesmo(a)...e neste processo nasce um sentimento de segurança e auto-confiança.

Você pára de julgar e apontar dedos e começa a aceitar as pessoas como são e de passar por cima de seus erros e fragilidades humanas... e neste processo um sentimento de paz e contentamento nasce do perdão que você dá.

Você percebe que o jeito que você percebe a si mesmo e o mundo ao seu redor, é resultado de todas as mensagens e opiniões que lhe foram passadas ao longo da vida. E você começa a revisar todo lixo com que o(a) alimentaram sobre como deveria comportar-se, mostrar-se em público, o quanto deveria pesar, o que usar, como e quanto ganhar na sua vida, como dirigir, como e onde viver, com quem casar, a importância de ter e criar filhos e o que você deve à sua família e amigos.

Você aprende a deixar outros mundos e diferentes pontos de vista entrarem dentro de você. E você inicia a redefinir e reassegurar-se de quem você realmente é e pelo que vale a pena viver.

Você aprende a diferença entre DESEJAR e PRECISAR e descarta doutrinas e valores agora obsoletos ou que você nunca deveria ter adquirido...e neste processo você aprende a acreditar na sua intuição e no seu instinto.

Você aprende que é dando que se recebe.

E que há poder e glória em criar e contribuir para a transformação deste mundo, com aquilo que você é. E você pára de navegar pela vida como um mero consumidor, ávido pelo próximo artigo de consumo que preencha seu vazio.

Você aprende que princípios como honestidade e integridade não são ideais retrógrados de eras passados, mas que são o cimento que firma a base na qual você necessita construir sua vida.

Você aprende que não sabe tudo, mas que não é possível salvar o mundo e que você não consegue ensinar um porco a cantar...

Você aprende a distinguir entre culpa e responsabilidade e a importância de colocar limites e dizer "não"!

Você aprende que a única cruz que precisa ser carregada é aquela que você opta em carregar com coragem – e que mártires são queimados na fogueira.

E então você aprende sobre o amor. Como amar, quanto entregar-se no amor, quando recolher-se e quando ir embora.

Você aprende olhar os relacionamentos como eles realmente são e não como os desejaria. E você não enfeita, mas também não denigre a própria imagem, tampouco a de outros.

Você pára de tentar controlar as pessoas, situações e resultados.

Você fala menos e fica mais tempo calado.
Quando você diz algo os outros ouvem porque você terá MAIS a dizer do que antes...quando então havia tanta conversa fiada...e você percebe que aqueles que você ama têm coisas importantes a dizer e que você precisa ouvi-los mais.

Você aprende que sozinho não é sinônimo de solitário.

Você pára de trabalhar em excesso e de rejeitar e colocar seus sentimentos de lado ou de ignorar suas reais necessidades.

Você aprende que seus sentimentos devem ser levados a sério – todos eles e que você não manda neles...e que é seu direito querer e expressar o que quer...e que pedir é necessário.

Você aprende que você merece ser tratado(a) com amor, bondade, sensibilidade e respeito – que você não vai deixar por menos...e também não fazer menos.

E você aprende que seu corpo é um templo. E você começa a cuidar dele e tratá-lo com respeito – especialmente seus órgãos mais fracos e susceptíveis. Você começa a fazer questão de uma dieta balanceada, toma mais água e faz mais exercícios.

Você aprende que o stress e o cansaço enfraquecem seus mecanismos de defesa, aumentam o medo e a dúvida e detonam os pontos fracos de sua personalidade. Por isso, descanse mais, para seu bem e o daqueles que você ama.

E, como o alimento enche o corpo, o riso enche a alma. Assim, tome mais tempo para rir e brincar. Trate bem sua criança interna, tanto mais se ela for uma criança ferida.

Você aprende que, na maioria das vezes, você ganha na vida aquilo que acredita merecer...e que muito na vida é uma profecia que se auto-realiza.
Você aprende que para obter algo valioso é preciso investir e que desejar que algo aconteça é diferente de fazê-lo acontecer. Lembra da canção da nossa época: "Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer!"

Você aprende que o preço do êxito é direção, disciplina e perseverança.

Você igualmente aprende que ninguém pode fazer tudo sozinho... e que
está certo pedir ajuda.

Você aprende que a única coisa a temer, realmente, é o medo que paralisa.
Você aprende a pisar firme no meio de seus medos e transpô-los, pois você sabe que é capaz de enfrentar qualquer situação e que entregar-se ao medo é abrir mão do direito de viver sua vida.
E você aprende a batalhar por sua vida e não ficar sufocado debaixo da nuvem da fatalidade.

Você aprende que a vida nem sempre é justa, você nem sempre ganha o que acha merecer e que coisas ruins acontecem até para pessoas boas. Nestas ocasiões não leve as coisas tão pessoalmente.

Você aprende que Deus não está castigando você ou esquecendo de responder à suas orações. Mas acontece que a vida é assim mesmo.

E você aprende a lidar com o mal em seu estado mais primário – seu ego!

Você aprende que deve entender e re-direcionar seus sentimentos negativos como raiva, inveja e ressentimento. Caso contrário, eles sufocarão sua vida e envenenarão também o universo ao seu redor.

Você aprende a admitir quando está errado e a construir pontes, em vez de muros.
Você aprende a ser grato e a apreciar as pequenas coisas que tomamos como naturais e garantidas, mas que milhares de pessoas jamais podem sonhar em ter algum dia: uma geladeira cheia, água encanada, uma cama quentinha ou um chuveiro refrescante.

Passo a passo você se responsabiliza por si mesmo(a), prometendo a si mesmo(a) não trair-se e de ouvir a voz de seu coração quando Deus fala através dele!
E você coloca um cata-vento do lado de fora da janela para observar o efeito de vento. Algo que não se vê, mas que é!

E você resolve continuar confiando e permanecendo aberto para todas as possibilidades maravilhosas da vida.

Finalmente, com a coragem no coração e Deus ao seu lado, você toma o seu lugar, respira profundamente e começa a delinear a vida para ser vivida da melhor maneira que puder.

Felicidade é um estado de espírito, não um desígnio.


(Autor desconhecido – tradução do Inglês por Dorothea Wulfhorst)

1 de abril de 2010

A criança que eu não fui!




"Não temo a velhice...o que temo é, um dia, deixar morrer a criança que há em mim!" (Natalie Laux)

"Estranho, para mim, é alguém esperar ser verdadeiramente amado, sem passar para os outros a imagem daquilo que verdadeiramente é". (Natalie Laux)

* Frases publicadas na postagem "Frases de minha autoria", do mês de janeiro, aqui do blog.

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"A criança que eu não fui aflora agora, após quase meio século de vida.
Eu acreditei que pudesse abafá-la para todo o sempre e nunca levei a sério todos os seus veementes apelos para ressurgir e manifestar-se.Ocorre que ultimamente ando esbarrando nela a todo instante, do jeitinho que a deixei há quarenta e tantos anos atrás: extremamente tímida, sobressaltada, sem defesas para um mundo que lhe parecia por demais hostil e complicado.
De família numerosa, assoberbados pais não tinham tempo para entender a minha interna tragédia, tampouco para resgatarem-me dos dramas que a minha criança resolveu sozinha e resolveu completamente errado. Incorporei todos os rótulos que me deram nas minhas primeiras tentativas de convivência entre os humanos: desajeitada, limitada, mela-festa, esquisita. Então, a minha criança entendeu que para merecer fazer parte da vida e receber um mínimo de carinho e aceitação, era preciso fazer coisas heróicas e grandiosas: em cima desta idéia pautei toda a minha existência.
Tenho que dar um salto aqui- não interessa narrar os meus grandiosos e heróicos feitos- mas preciso ressaltar sim, os desumanos sacrifícios despendidos nesta empreitada e para onde eles me levaram: depressões profundas e síndrome do pânico cujas sequelas ainda hoje se fazem sentir.
Às vezes me pergunto por que o 'supremo' não intercedeu por mim naquela época, mandando-me uma angélica criatura para lembrar-me que nada daquilo era preciso e que a despeito das minhas esquisitices, eu era merecedora de amor respeito e aceitação?
Esta narrativa fica pela metade, pois só agora começo a dar-me conta do tamanho e da gravidade do equívoco. Só agora estou disposta a romper a muralha de aço entre o meu eu adulto(e mal resolvido) e aquela criança que não me permiti ser e que agora explode à minha revelia, não aceitando mais o porão escuro onde a trancafiei por tantos anos.
Espero que haja tempo para resgatá-la e deixá-la ser feliz pela primeira vez na vida, sem que nada ela tenha que fazer de sobre-humano, de heróico ou grandioso, de notório ou relevante.
Perdoa-me, minha criança! Eu joguei duro demais com você, por ignorância.
Liberto-a agora! Esteja feliz! Esteja em paz!" (IOLANDA ALVES)


Me emocionei ao ler este depoimento de uma amiga. Logo corri e pedi autorização para publicá-lo no blog. Por que? Porque ele retrata a (triste) realidade de muitas pessoas. Bom, a verdade mesmo é que existe uma grande MAIORIA de pessoas que se despede desta vida sem sequer ter pensado a respeito. Sem sequer ter SE pensado!

Você já parou para se perguntar o que pode existir de real por detrás das nossas (melhores ou piores) motivações? Esta pergunta não é válida apenas para aqueles que tentaram sufocar a criança que sempre existiu dentro de si, mas para todos. Muitas vezes, tal como a dona Iolanda percebeu, está o fato de os que nos cercaram não puderam aceitar a nossa genuína e autêntica criança, ou pelo medo que ela mesma tinha de ser fatalmente ferida. Isso se chama DEFESA. Estruturamos nossa personalidade com elas e crescemos escondidos por detrás delas (mais pra frente, pretendo abordá-las, mas, hoje, especificamente, demos maior ênfase na importante "criança que eu não fui").


Ela está lá. Nunca deixou de existir. Está lá e, o que é pior, muitas vezes chorando, pedindo para ser vista e amada na sua simplicidade. Sim, ela é simples e feliz na simplicidade das coisas.
Que troca é essa que fazemos para sermos melhor "aceitos" pelo mundo? Onde foi que aprendemos que maturidade é sufocar a criança que há em nós, ou, em outras palavras, A NOSSA MAIS AUTÊNTICA E GENUÍNA FACE? Ahh, essa mania de querer agradar a todos (assunto que abordei na 1° postagem deste blog). Isso vicia! E, como todo vício, passa dos limites, e, portanto, prejudica - muitas vezes surtindo efeitos e sequelas, aliás, bem mais graves do que de substâncias químicas, pois é um vício psicológico e que quase mata o nosso EU! Digo QUASE porque ele tem uma força titânica e permanece VIVO, mesmo que seja apertado e espremido por todos os cantos.

E esse vício ocorre em cadeia: alguém aprendeu assim, reprimiu a sua criança, e, consequentemente, passou a julgar e "rir" de todos aqueles que não faziam o mesmo. E aqui chegamos, hoje, muitos de nós. "Aquilo que julgas é o que reprimes". Desconheço o autor desta frase, mas, embora seja difícil de admitir, é uma tremenda verdade!

Brincar...deixar a imaginação fluir...descobrir caretas nas nuvens, correr de pés descalços na chuva, andar na roda gigante, ouvir uma música que gosta e dançar até perder o fôlego, sem precisar estar num ambiente socialmente "preparado" para isso. CHORAR quando está aborrecido, mesmo que não faça o menor sentido para os outros. SILENCIAR (coisa desconfortante para os adultos de hoje) quando estiver afim...É possível que não tenha sido essa criança que você tentou (ou tenta) sufocar, mas a minha, foi. Até o dia em que consegui desfazer a confusão entre o conceito de ser CRIANÇA e ser INFANTIL!


E agora, dando,então, o MEU depoimento, compartilho que, na minha adolescência, eu tentei me adequar a padrões, tentei dar mais importância à roupa que eu vestia e a sorrir falso para parecer "sociável", dando mais ênfase no TER e PARECER do que SER. Cheguei a começar a armar sorrisos diante de coisas fúteis e que sabia que eram erradas.
Lembro de algumas vezes em que fui "verificar" como eram as boates (já que "todo mundo" na minha idade ia) e algo estranho acontecia: sempre que chegava em casa, eu chorava de tristeza pelo que via e, ao mesmo tempo em que sentia uma certa "solidão" por não conseguir me adaptar, sentia um imenso orgulho disso e sabia que não queria aquilo pra mim. Percebi que a minha criança, diante de tudo, heroicamente se revoltou e se impôs, quando, em lugares semelhantes a esses, tentaram-na ensinar a melhor maneira de caminhar para agradar os garotinhos, a colocar uma roupa sensual, provocativa e sair caminhando sem rumo, pelo simples prazer de exibir o meu corpo e, ainda por cima, demonstrar ficar "ofendida" para os que "mexiam" comigo. Ahh, quanta pobreza e falsidade... durou pouco!
Sim, a minha criança foi quem, ironicamente, não admitiu: como aquilo a irritava...ela repetia nos meus ouvidos: quanta traição a si mesma! Então eu entendi que ISSO, PARA ELA, É O QUE SIGNIFICA AGIR COM INFANTILIDADE! Eu me sentia suja, desleal com ela, que sempre se demonstrara tão fiel, e vi que, embora eu tivesse tentado impedir o seu crescimento, ela tinha forças próprias, continuava viva, observadora e muito mais esperta e sábia do que eu imaginava.

Até o dia em que o esforço foi tamanho que, chegando em casa, sentei,olhei para a parede,e as lágrimas, aos poucos, começaram a correr e, em segundos, eu chorava compulsivamente...claro que não foram os amigos - que eu acreditava ter - que vieram demonstrar compaixão, mas, sim, minha MÃE que, ao me ver, me abraçou e chorou comigo, MESMO SEM SABER A RAZÃO! Mãe...essa, sim, não tem explicação! Muitas vezes a gente briga, reclama... mas ABENÇOADO de quem tem uma mãe (e/ou um pai, ou quaisquer que exerçam essa função) que demonstra amor INCONDICIONAL! Porque é a figura dessa pessoa que, mais tarde, vai fazer com que a gente lembre que não precisa se adequar a estereótipos para ser aceito e feliz COISA NENHUMA! Porém, mesmo quem não tem essa pessoa na família, pode encontrá-la em outras que cruzem o nosso caminho e nos dêem uns "tapinhas na cara" para acordar - a "criatura angelical" da qual a dona Iolanda falava!

Eu tive essa sorte. E, "coincidentemente", lembro que foi nessa época que eu também comecei a olhar para dentro de mim e comecei a conhecer...A DEUS! E, do lado de fora, também comecei a perceber as inúmeras tentativas dele "plantando bananeiras" para chamar a minha atenção e ouvir: "VOCÊ É MINHA FILHA E NÃO PRECISA DISSO; EU TE AMO; AME-SE TAMBÉM!" Então eu comecei a entender a razão do que estava escrito: "Ame a Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo COMO A TI MESMO!" (Lucas 10.27). Você já se deu conta de que, antes do mandamento para amar os demais, está o mandamento implícito do "AMA A TI MESMO"??? Pois é...essa descoberta quebrou correntes rígidas que estavam se construindo dentro de mim - ME LIBERTOU! "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8.32)

Então, com a cara e a coragem - na verdade, tremendo de medo - eu engoli o choro, atirei tudo pra cima e dei "a cara a tapa". Quer saber o que realemente aconteceu? L-I-T-E-R-A-L-M-E-N-T-E, eu apanhei NA CARA! Do grupo das minhas "amigas" adolescentes, que cresceram comigo, dormiam na minha casa e procuravam justamente a mim quando tinham um problema para resolver. Só que eu descobri que tudo tinha uma condição: que eu fosse tal qual elas: tinha que andar na mesma marcha, compasso, ritmo, caminhar na mesma direção e sentido (mesmo que não houvesse direção e sentido algum, ou que eles levassem a um fim trágico). Imagina a cara delas quando eu comecei a agir conforme EU julgava melhor! Aceitar a minha criança implicaria em elas terem que admitir e aceitar que existe outra dentro delas gritando por socorro e que, na verdade, precisavam, também, mudar, para salvá-la! E, provavelmente elas temiam não ter força para isso (e eu não as julgo por tal, pois, como eu disse, inicialmente, eu tremi de medo - mas é preciso ir além para derrotá-lo).

...Durante muitos anos foi muito difícil, para mim, falar deste episódio. Eu sentia vergonha, achava que não tinha me imposto como "deveria": ter dado uma bela de uma surra em cada uma, mais tarde! Mas "algo mais forte" segurou a minha mão e fez com que eu compreendesse que a vingança não precisava vir de mim (além do que, não me convinha): elas já estavam pagando um alto preço! E, hoje, cerca de 14 anos depois, encontro muitas que já nem se reconhecem no espelho; não sabem quem são, para que vivem; simplesmente existem. A raiva e a mágoa que eu tinha se transformaram em compaixão. E o trauma, EM GRATIDÃO A DEUS!!!

Paguei - e pago, muitas vezes - o alto preço pela minha criança! Mas, se assim não fosse, talvez eu continuaria rigidamente acorrentada na traiçoeira falta de autenticidade, até o fim da minha vida: NÃO SENDO AMADA PELO QUE HÁ DE MAIS VERDADEIRO EM MIM, NA MINHA ESSÊNCIA! Sem saber o que é ser verdadeiramente amada.

Eu recebi um grande presente da vida quando resolvi fazer as pazes com a minha criança: as pessoas do meu convívio passaram a ser pessoas que se aproximavam de mim pelo que eu realmente ERA! Conheci amigos geniais, que também tinham vencido o medo de deixar a sua criança falar mais alto! Foi um momento revelador e lindo...! Aquelas falsas amizades, aos poucos, se desfizeram e, no lugar, se construiu uma rede social de relacionamentos SÓLIDOS e duradouros!

E, hoje, eu venho te encorajar a fazer o mesmo, caso você ainda esteja se esforçando em esconder a sua criança atrás de alguma máscara. Não amá-la, é rejeitar a sua essência, e a maior traição que poderás continuar cometendo contra si mesmo. Além de perda de tempo de vida realmente vivida!

E, aqui, antes de finalizar, gostaria de salientar que eu não estou estimulando a uma desobediência a regras sociais, algumas de conduta, inclusive. Que fique claro que não! Como indivíduos inseridos no coletivo, precisamos, até certo ponto, nos ajustarmos, tomando consciência dos nossos limites - isso é saudável! Mas que isso realmente seja praticado até o ponto em que é, de fato, SAUDÁVEL! Você não precisa tentar ser IGUAL a ninguém para ser feliz. E, mesmo que quisesse, graças a Deus, isso É IMPOSSÍVEL! Deus nos fez com uma impressão digital que nenhum outro ser no mundo teve ou terá igual! E, mais do que isso, nos deu uma "impressão digital" da nossa personalidade: o conjunto completo de traços, características, que fazem do nosso caráter único!
Além disso, somente olhando para si com transparência e honestidade, poderás ver quais os pontos em que precisa melhorar, e quais as suas competências em que pode investir ainda mais (aquilo que já há de bom e melhor)!


Onde está a criança,outrora ferida, que hoje procura espaço no espelho? Você ainda é capaz de se reconhecer-se na sua essência?


P.S: Obrigada, dona Iolanda, por compartilhar de tão sublime descoberta de si mesma, nesse depoimento autêntico e revelador, que nos ajuda a repensar em tantas coisas que fazemos por acreditarmos sermos as melhores, sem percebermos que estamos empreitando um grande engano contra nós mesmos. Teu depoimento foi gatilho disparador para eu escrever sobre o que já vinha elaborando há um tempo, além de servir de testemunho para muita gente que vai lê-lo. Fiquei emocionada e feliz por você! Deus te abençoe e ajude a deixar a sua criança livre e feliz! Em tua homenagem, deixo o versículo: "Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram."(Mateus 13.17)

8 de fevereiro de 2010

Se não for para amar, nem saia do lugar!


Se não for para amar, nem saia do lugar!

"Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada. Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará. Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança.O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus. Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor." (I Coríntios 13)


Difícil quem não conheça pelo menos alguma frase dessa passagem. Bíblica. Não, não se trata de algo composto pelo Renato Russo, nem mesmo de uma idéia brilhante de Luiz Vaz de Camões. O que eles fizeram foi, no máximo, dizer com outras palavras o que já estava escrito há milhares de anos.

Mas, bem, vamos ao ponto.
O ser humano, de um modo geral (aqui, desconsideremos algumas anomalias psicológicas da personalidade) está sempre na busca, consciente ou inconscientemente, por aceitação.
Aqueles que se afirmam pessoas absolutamente “despreocupadas” com a opinião alheia estão, antes de qualquer coisa, enganando a si mesmos – e bem provavelmente, devido a uma ou mais possíveis decepções sofridas justamente ao confiar nos outros.
Você pode, até mesmo, ser parte de uma minoria (de um grupo que vai de encontro aos valores e comportamentos, de uma maioria esmagadora); mas essa minoria existe e, sem ela, você não sobreviveria (pelo menos não em sã consciência). Essa “minoria”, em alguns casos, pode ser, até mesmo, a sua família nuclear, ou amigos, companheiros de festas, pessoas que compartilham de ideais e valores semelhantes, da mesma fé, não importa, ela nos faz saber que fazemos parte de um grupo com o qual nos identificamos, que nos entende, e que NOS ACEITA!

Não fomos feitos para vivermos sós. O ser humano, inquestionavelmente, foi criado para se relacionar, uma vez que, dentre as espécies, é a que nasce com maior grau de dependência dos seus criadores para sobreviver. E, embora, depois de crescidos, às vezes relutemos, quando bate aquela vontade de não precisar de ninguém pra nada, as circunstâncias provam que isso parece impossível. Ironicamente, quando envelhecemos, voltamos à condição de semi ou total dependência do próximo. Ou seja, apesar de toda a tendência egoísta, egóica, egocêntrica que habita em nós, aquele que criou o ser humano literalmente valoriza muito a arte de se relacionar, e de nos ajudarmos mutuamente. Uma arte, porque é uma luta entre precisar aceitar as limitações que a presença do outro nos impõe – precisar dividir o espaço, medir as conseqüências das nossas atitudes sobre esse outro – e a certeza de que ela é fundamental à nossa existência, e de desfrutarmos do prazer de compartilhar nossas felizes e infelicidades. É um precisar reajustar-se constante e mútuo, de forma a buscar o equilíbrio que proporcione o melhor possível para todos.

Ouso dizer, porém, que a aceitação que buscamos, ou, no mínimo, de que PRECISAMOS não necessariamente se trata daquela em que as pessoas envolvidas sejam coniventes com todas nossas “manias e defeitos”, mas daquela que tem como base o AMOR: que ajuda a crescer, a melhorar, a ser saudável; ou, em outras palavras, o amor VERDADEIRO, QUE DISCIPLINA! Observemos, por exemplo, as crianças: é possível ver que aquelas que não recebem limites dos pais, crescem relativamente revoltadas, inquietas, nervosas. Essa suposta “liberdade” para fazer o que bem “entendem”, na verdade, se torna uma prisão,um cárcere de insegurança, pois criança precisa, na verdade, é de direção, não entende nada e não tem absoluta capacidade de fazer suas escolhas; e o fato de vermos pais “modernos” agindo como se pudesse ser diferente, só mostra que, em algum momento, as crianças inseguras foram eles. Achei que convinha ressaltar aqui, que não estou fazendo nenhum tipo de afirmação que compare uma criança a um robô: embora ainda não tenham a capacidade para processar intelectualmente algumas coisas, elas SENTEM tudo que acontece à sua volta e são tão afetadas – positiva ou negativamente - pelas circunstâncias como nós; e possuem vontades próprias, mas a diferença consiste em que ainda não têm a noção necessária dos limites, até mesmo para que não coloquem suas vidas em risco. Mas, enfim, resumindo, está mais do que estudado e comprovado que crianças que crescem num ambiente disicplinado, com limites, com valores sólidos e claramente definidos, que recebem a correção (ou, a direção) dos criadores quando rumam para o “lado errado”, crescem mais felizes, seguras e tranqüilas.

Pois bem, depois que crescemos, não é diferente. As pessoas precisam de relacionamentos (seja familiar, amizade, conjugal, não importa) que lhes permitam, EM PRIMEIRO LUGAR, se sentirem AMADAS como são. Secundariamente, no íntimo de cada um, talvez até exista a consciência de que, em algumas coisas, precisa-se de apoio e direção para melhorar ou até mudar (talvez a forma de agir, de se relacionar, de encarar o mundo, quem sabe até os valores), mas uma coisa é certa: ela precisa, primeiramente, certificar-se de que é respeitada e valorizada na sua identidade!

Outra coisa importante de se considerar é que, de um modo geral, quando duas pessoas ainda não se conhecem bem, na verdade, não há razões para uma dar muito crédito às intenções e dizeres da outra. Até um segundo (ou terceiro, quarto, quinto...) momento, prevalece um certo grau de defesa, o que não passa de uma questão de sobrevivência, pois, embora não possamos viver sozinhos, também precisamos saber que as intenções dos que com quem nos rodeiam são as melhores e, mais do que isso, que são seguras, para não cairmos em "terreno inimigo". Com o tempo, a tendência é surgir a confiança, os ajustes mútos, mas isso, QUANDO não acontece o que, com muita frequência, nos impede de conhecermos verdadeiramente muitas pessoas maravilhosas: a nossa propensão a chegar "medindo", analisando, "dando preço", ou, em outras palavras, JULGANDO e criando PRÉ-CONCEITOS. Preconceito é algo que tem com aquilo que não se conhece ou não se entende! Se o outro perceber que é essa a sua postura, querido, desista de qualquer tentativa de levar um possível relacionamento adiante, pois a primeira impressão, ainda é que, quase sempre FICA!

Pois bem, entendo que é exatamente por isso que a Bíblia deixa bem claro que, não importa o que fizermos, se não for com AMOR, de absolutamente NADA adiantará!

Mas que amor é esse? O que ele é, uma utopia, algo que só existe nos filmes de cinderela e contos de fadas, nos sonhos??
Não! Ele, às vezes, parece distante, pela nossa dificuldade em alcançá-lo, mas a verdade é que o VERDADEIRO AMOR (ágape) é apenas um sentimento que brota, espontâneo, quando cai a venda dos nossos olhos que nos faz pensar que alguém tem menos valor do que nós; ou, em outras palavras, que somos melhores do que alguém!

Esse amor não depende de conhecer profundamente uma pessoa, basta reconhecermos que ela é tão especial perante os olhos de Deus quanto nós. Sim, falo do Deus JUSTO em que creio;aquele de quem falo na postagem "Deus e o mal", que nada tem a ver com a desigualdade gerada pelos interesses humanos egoístas.

O amor que vem de Deus, puro e verdadeiro, nos faz entender que Ele não faz acepção de pessoas (Atos 10.34). E esse sentimento tem um poder tamanho supreendente, que é capaz de fazer desmoronar as muralhas mais assustadoras e rígidas, sabe por que? Porque, através dele passamos a entender até mesmo que essas aparentes “fortalezas” são construídas com o fim de proteger um interior sensível e que teme ser ferido (e que, quase sempre, já o fora por diversas vezes).

Somente o verdadeiro amor traz segurança, confiança, pois gera a espontânea ACEITAÇÃO pelo próximo, despretensiosa e desprovida de interesses, independente de quem ele é, o que faz e, até mesmo em que/quem crê ou deixa de crer. E desconfio que, para nossa feliz ou infelicidade, Deus fez cada pessoa com uma espécie de anteninha “detectora” de sinceridade.

Não se engane: para expressar sua capacidade ou FALTA de capacidade de amar não é necessário emitir uma opinião verbal - você deixará transparecer na expressão global do seu corpo - no seu olhar, nos seus gestos, na sua postura, e até na sua respiração!
Sabe aquela coisa que a gente sente e não sabe explicar: “não fui com a cara do fulano, mas não sei por que”...? É por aí! Quase que inconscientemente, somos “habilitados” a "ler" uma porção de coisas das quais tomamos “consciência” e “não sabemos por que”. Sexto sentido?? Não, apenas sensibilidade de percepção que, com maior ou menor grau de consciência, TODOS NÓS TEMOS!

Então, resumindo, o que eu quero dizer com isso é o seguinte: SE NÃO FOR PARA AMAR, NEM SAIA DO SEU LUGAR!

Antes de tomar QUALQUER atitude na sua vida, antes de dar o primeiro passo em direção a qualquer pessoa, pergunte-se se em você está habitando o amor sincero e verdadeiro, independente do quão semelhante ou diferente sejam as outras pessoas de você; e, se a resposta for “não”, saiba que qualquer ação da sua parte será INÚTIL! Não servirá para nada que edifique. Será perda de tempo, dispêndio vão de energia. Semelhante a um castelo construído sobre a areia, que vem a onda e derruba; ou como uma casa de palha, que facilmente é queimada pelo fogo ou destruída pelo vento.

E, agora, falando principalmente aos que compartilham da mesma fé comigo, convém lembrar que o que está escrito em I Coríntios 13 vale, PRINCIPALMENTE, quando você for pregar o evangelho. Saiba que, para quem está do outro lado, pouco importa no que você acredita, quando você chega com uma bagagem carregada de “pré-conceitos” e não é capaz de amar: você NUNCA será ouvido se, primeiramente, não puder amar as pessoas!! E elas não estão mais do que certas agindo assim, ao perceber isso. Porque o desafio primeiro que Deus quer de nós é esse: AMAR, AMAR, E AMAR! E não devemos nos conformar com o contrário.
Então, antes de falar de Jesus por uma questão de “descargo de consciência”, por “ter feito a sua parte”, saiba que está agindo de modo contrário àquilo que é a BASE de todas as atitudes que Ele teve e, portanto, de todo o evangelho: O AMOR!

Nós, mais do que ninguém, precisamos constantemente orar para que Deus coloque a compreensão, a revelação que somente o Seu sublime Amor pode trazer para as nossas mentes e corações. Enquanto não fizermos isso, continuaremos passando para a maioria das pessoas aquela “fé” que cheira à hipocrisia, à falsidade, a mero interesse próprio...e, por detrás das nossas “boas intenções”, o que estaremos fazendo não passará de envergonhar o Evangelho de Cristo e fazer com que cada vez mais pessoas queiram se ver longe dele...pela nossa falta de capacidade de AMAR! E, obviamente, aqui falamos em AMAR O PECADOR, e não o pecado, pois, o segundo já eliminaria a possibilidade de existência do primeiro.

Antes de qualquer, qualquer passo, oremos para que o amor que Jesus teve pela vida de todas as pessoas - pobres e ricos, crianças, adultos e velhos, doentes e sãos, prostitutas, ladrões, assassinos, ou quaisquer outros pecadores como nós - preencha cada parte do nosso ser, a fim de que possamos EXPRESSAR, EXALAR o bom perfume de Cristo, e que cada vez mais pessoas, espontaneamente, queiram saber como se achegar a Ele!

Se não for para amar, nem saia do lugar! Sem amor, qualquer gesto seu se torna INÚTIL!

28 de janeiro de 2010

Chaves de ouro


Quando decidimos ir embora, mas temos a sensação de que uma das portas ficara entreaberta, ou então, que não fora fechada com segurança, com chave de ouro, é como se uma parte de nós ficasse para trás, um capítulo do livro da nossa existência fica com um parágrafo em branco. Mais adiante, olhamos pra trás e vemos um vazio entre as lembranças. Nossa estrada fica sem um pedaço de chão. Então, nos damos conta de que avançáramos precipitadamente para a próxima etapa; que, na pressa, esquecemos de colocar os tijolos que constituiriam a ponte que conduzia ao outro lado, com a qual poderíamos ter evitado algumas quedas – que, por sua vez, deixaram feridas abertas. Percebemos, então, a necessidade de retornar, cobrir o vácuo, escrever as últimas palavras e colocar o ponto final, pois, assim, somente, teremos a certeza e a paz de que vivemos com PLENITUDE!

Não tenha pressa na sua caminhada; evite exigir avanços precoces de si mesmo. Cada um de nós tem seu ritmo; portanto, não se compare! Você é único, desenhado com uma impressão digital que nenhum ser de toda a história teve ou terá igual. Nem eu, nem você, temos controle absoluto sobre a vida e o tempo, portanto, na medida do possível, sinta o perfume único de cada momento e não deixe para depois o que pode e, talvez, até DEVA ser feito agora... pois é deveras triste quando uma história é interrompida por força maior e percebe-se que muitas portas que podiam ter sido fechadas com chave de ouro, ficaram com a de outros metais, menos nobres, que são rápida e facilmente roídos pela ferrugem.

19 de janeiro de 2010

DEUS E O MAL (?) - e a pobreza, violência, desigualdade...


Bom, hoje vou tratar de uma questão, certamente, polêmica, que me incomodou durante um tempo e que, pelo que tenho visto nos blogs, orkut's, e entre as conversas, também tem inquietado a muitos outros.

A pergunta mais frequente que ouço quando afirmo que acredito em Deus, é a de sempre e pretendo, aqui, responder de uma vez só:

"Se Deus existe, então por que existem tantas pessoas passando fome, tanta desigualdade, violência, miséria, etc, etc, etc???"

Para começar, não achei raciocínio mais ilustrativo do que o do filósofo Grego do período Helenístico, Epicuro:

"Deus quer prevenir o mal, mas não consegue?
Então ele não é onipotente.
Ele consegue, mas não quer?
Então ele é malevolente.
Ele quer e consegue?
Então por que o mal acontece?
Ele não quer e não consegue?
Então por que chamá-lo de Deus?
"

Pois bem, perguntas semelhantes a essas eu já me fiz, creia! E, se alguém me perguntar se eu sinto qualquer culpa quanto a isso, vai ouvir um ressonante NÃO! Tenho consciência de que Deus me deu um cérebro e um coração, para, dentre outras coisas, procurá-lo, e que, de um ser criado para ser racional, não se pode esperar outra coisa, senão que ele faça questionamentos, para poder partir em busca das respostas. Essa é uma característica exclusivamente humana. Uma foca, um cachorro, um passarinho, uma formiga, qualquer outro animal, simplesmente EXISTE e age por instinto de sobrevivência, sem se inquietar com "por quês?" Fomos constituídos racionais, dotados de inteligência, de vontade,de criatividade, tal COMO ELE! E é isso que significa o "à imagem e semelhança de Deus", dito em Gênesis 1.27.
P.S: Algo me diz que aqui serão levantadas outras dúvidas e questões polêmicas, mas vamos por partes e tentemos nos ater ao objetivo inicial, por ora.

Bom, como, além de humana, eu sou, desde pequena, muito curiosa, não me conformo com menos do que sempre tentar me informar de todas as faces da moeda, e futrico, e cavoco,e reviro tudo atrás das respostas, tentando me manter o mais lúcida possível, pois se tem algo que eu não gosto de fazer e me esforço para evitar é IGNORAR A REALIDADE, e quem me conhece sabe disso! No meu caso, obter algumas respostas não foi algo imediato, rápido, mas um longo processo, questionado e, principalmente, vivenciado durante anos! Por isso, depois de ler, conversar, ouvir, investigar, procurar, hoje , SIM, EU CREIO EM DEUS (e, mais do que isso, no Deus-Jesus) e estou segura da minha fé, que ninguém jamais poderá me tirar, porque não foi algo apenas compreendido intelectualmente, mas VIVIDO, EXPERIENCIADO!

Não somente nessa questão polêmica de hoje, no entanto, mas, EM TODAS, eu aprendi a não emitir minha opinião sem antes ter escutado (o máximo que eu pude e não mais do que o suficiente) TODOS os lados, pois, de uma posição tomada sem informações sérias não se pode esperar muita validade.
Mas o que está em questão hoje aqui não são as experiências pessoais que tive na minha intimidade com o Deus em que acredito (disso falarei em outras ocasiões), então, voltemos à suposta "falta de resposta" que inquieta tantas pessoas que têm deixado de crer na existência de Deus, ou que Ele existe e que Ele é BOM!

Como sei que as palavras de uma simples estudante "anônima" não receberão crédito de algumas pessoas, me utilizo das palavras de alguns intelectuais daqui pra frente, até porque, elas traduzem o que eu diria.

Primeiramente, vou contar o "causo" do cristão conversando com o barbeiro, chamado

BARBEIROS NÃO EXISTEM:

"Um homem foi ao barbeiro. Enquanto tinha seus cabelos cortados, conversava com o barbeiro. Falava da vida e de Deus.
Daí a pouco, o barbeiro, incrédulo, não agüentou e falou:
- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
- Por quê? - perguntou o homem.
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos doentes, mendigos, pobres,
etc... Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e
enxergar!
- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, Claro!
Pois bem, o freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou imediatamente um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!
- Como?!
- Sim, se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
- Ora, existem tais pessoas porque evidentemente não vêm a mim; não vão ao barbeiro. Eu não tenho culpa...
- Agora você me respondeu porque existe tanta tristeza em torno de nós..."



E então,o próximo texto, que considerei de uma genialidade sem igual:

DEUS E O MAL

"Um professor universitário desafiou os seus alunos com esta pergunta:
- Deus criou tudo o que existe?
Um aluno respondeu, afoitamente:
- Sim, Ele tudo criou.
- Tem a certeza que Deus criou tudo? - insistiu o professor.
- Sim senhor! - respondeu o jovem.
O professor, então, concluiu:
- Se Deus criou tudo, então Deus criou também o Mal, pois o Mal existe. E, assumindo que nós nos revelamos em nossas obras, então Deus é mau...
O jovem ficou calado em face de tal resposta e o professor gozava mais um triunfo da sua Lógica, que demonstrava mais uma vez que a Fé era um mito.
Então, outro estudante levantou a mão e perguntou:
- Posso fazer uma pergunta, professor?
- Claro que sim! - respondeu este.
Então o segundo jovem perguntou:
- Professor, existe o frio?
- Que pergunta é essa? Claro que sim! Ou, por acaso, nunca sentiu frio?
O jovem respondeu: - Na realidade, professor, o frio não existe! Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo o corpo ou objecto é susceptível de estudo, quando possui ou transmite energia. O calor é que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe realmente. Nós criámos essa definição para descrever o que sentimos quando nos falta o calor.
E o jovem prosseguiu: - Mas permita-me ainda uma outra pergunta. E a escuridão, existe?
O professor, intrigado, respondeu: - Existe, claro que existe.
O aluno retorquiu: Está de novo errado, professor, a escuridão também não existe. A escuridão, na realidade, é apenas a ausência de luz. A luz pode ser estudada, a escuridão, não. Até existe o prisma de Nichols, para decompor a luz branca nas várias cores de que a mesma é composta, com os seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão, não. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina. Como se pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é, pois, apenas uma definição que o Homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz!
Finalmente, o jovem perguntou. - Diga-me então agora , professor, ainda pensa que o Mal existe?
O professor respondeu, ainda insistindo: - Claro que sim, claro que existe, bem vemos os crimes e a violência em todo o Mundo, tudo isso é o Mal!
Retorquiu então o estudante: O Mal não existe, senhor. Pelo menos, não existe por si mesmo. O Mal é simplesmente a ausência de Deus, tal como o frio é a ausência de calor e a escuridão a ausência de luz. O Mal é uma definição que o Homem criou para descrever essa ausência de Deus! Deus não criou o Mal. O Mal não é como a Fé, ou como o Amor, que existem, como existem o calor e a luz. O Mal é o resultado de a Humanidade não ter Deus presente em seus corações. É dessa ausência que surge o Mal, como o frio surge da ausência de calor e a escuridão da falta de luz.
O jovem foi aplaudido de pé, e o mestre, abanando a cabeça, permaneceu em silêncio...
O reitor da Universidade dirigiu-se ao jovem e perguntou-lhe:
Como te chamas?
Chamo-me Albert Einstein, senhor..."



Pois bem, creio que não há mais muito de diferente a acrescentar. Deus é um Deus de AMOR e VIDA em abundância (João 10.10) e, se você se informar um pouco que seja, vai descobrir que essa desgraça toda que acontece à nossa volta (fome, desigualdade social, violência, desastres, etc) nada mais é do que a consequência de um mundo absolutamente distante dos valores ensinados, pregados e vividos por Ele! Valores esses, que condenam escancaradamente o egoísmo em que estamos afogados como sociedade; que geram um sistema desigual, que coloca tantas vidas em situações sub-humanas (e mesmo um fim a muitas delas)!
E, sim, Ele permitiu...Ele deixou CLARO que os frutos colhidos serão, evidentemente, condizentes com a natureza da "árvore" de onde vieram (e aqui, lembro que essa natureza pode ser transformada por - e somente por - Ele)! Tanto na Sua Palavra, quanto na Sua criação: você não espera que, de sementes ruins, nasçam frutos bons, certo?! "É possível colher uvas em espinheiros, ou recolher figos nos rochedos? Tampouco, frutos bon brotam de uma natureza má!" (Mt 7.16-18)
Se assim não fosse, DEUS NÃO SERIA JUSTO! E ELE O É!

A verdade, entristecedora, é que o ser humano (felizmente, não todos) é um tremendo de um "folgado"... Não está satisfeito por não entender por que Deus nos deu o livre arbítrio, o direito de escolha...E, esperadamente, evidentemente, também não estaria satisfeito se fosse uma marionete, absolutamente manipulada e sem poder algum de decisão - então, Deus seria um déspota!!!

Quando eu ouço a clássica pergunta que põe em questionamento a existência de um Deus, e um Deus essencialmente BOm, a única coisa que consigo perceber hoje é o quanto nós estamos alienados e o quanto somos induzidos, desde pequenos, a tomar posições baseados em informações cujas origens sequer questionamos, sem pensar que estamos tendo nossa opiniões formatadas, manipuladas por aqueles que, evidentemente, não têm mais do que a lucrar com o nosso prejuízo pessoal: com a nossa ausência de valores sólidos e benéficos, com o nosso crescente desaprender a nos relacionarmos, nossa famílias desestruturadas, nosso dinheiro roubado e mal-repartido, com a nossa dependência química, nossa perda de controle sobre nossos próprios impulsos e desejos, nossa depressão, nossa solidão em meio à multidão e apesar de toda lista de contatos do msn e redes sociais, nossas "necessidades" criadas de acordo com o que alimenta o cofre e o status dos que precisam derrubar os outros para "subir" na vida, nosso analfabetismo quanto às emoções humanas e nosso mundo interior (o ser), dentre tantas outras coisas...a nossa ignorância e falta de informação valem ouro!!!! (literalmente)

Ok, eu, particularmente, tive muitas das minhas dúvidas esclarecidas. Outras, ainda busco esclarecer. Mas sabe qual foi o mais curioso que me aconteceu? Foi que, enquanto eu fazia tantas perguntas...Deus esteve o tempo todo do meu lado, se fazendo presente na minha vida e realizando coisas humanamente impossíveis! Ele me fez sentir sua presença e amor. Então, eu aprendi que Ele não depende da minha fé pra existir! Ele simplesmente É! Assim, hoje eu não "creio" em Deus: eu SEI!
E eu entendi que fomos contaminados socialmente por uma cultura que CRÊ que certas coisas só existem para quem nelas CRÊ. E acabamos "fechando os olhos para as coisas invisíveis" que, independente de vermos, EXISTEM!


Não faço a mínima ideia de quem vai ler isso, mas o que eu quero dizer hoje pra ti é que, se existe algum desejo sincero, nem que seja lá no fundo do teu coração, de conhecer a Deus, BUSCA-O, não importa qual for o teu jeito, pois existe uma promessa, e ela é uma promessa para TODOS: "Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jeremias29.13-14).

Se isso se cumpriu na minha vida, vai se cumprir na tua também! E não importa a música que você ouve, as coisas que você faz, o jeito que você pensa, o que você veste, qual seu nível de informação, posição social, ou o que as pessoas dizem: Deus entende a linguagem do teu ser como nenhuma outra criatura na face da terra é capaz, somente Ele vê verdadeiramente o teu coração...e não é homem para mentir!

No final das contas, você sabe: não levaremos ouro e prata, NEM A OPINIÃO DAS PESSOAS para o nosso caixão... "Todas as coisas deveriam ser avaliadas como se estivessem sendo vistas do leito de morte!" (Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo)

Que Ele nos dê sabedoria e faça cair a venda dos nossos olhos, que nos impede de ver a verdade, pura, simples e crua como ela é!

"E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ!"

P.S: Assista ao vídeo com a letra da música que inúmeras vezes me comoveu, e comove, por nos lembrar quem somos: http://www.youtube.com/watch?v=XTNJJk8AdqQ

Abraço a todos!

17 de janeiro de 2010

Quem sou eu



"Em essência,eu sou a mesma criança - só que, hoje,um pouco menos inocente - que há alguns anos atrás tentou fazer um gato e um rato (ramster) ficarem amigos.Para minha decepção,o gato cruelmente pegou o bichinho com a pata e,em menos de 2 segundos,enfiou na boca e matou.Isso me proporcionou uma visão bem mais sensata da vida.Mesmo assim continuo tendo grandes sonhos!
Sou alguém que conversa com animais,plantas,às vezes com a televisão,freqüentemente com Deus,e com pessoas também. Se esse é o seu conceito de loucura ou normalidade,eu não sei,mas eu aprendi que,na vida,o que importa mesmo é que eu seja eu,independente de quem eu for.¹
Não gosto -não gosto mesmo- de ser falsa comigo,nem com pessoas,nem com Deus (aliás,com o último,mesmo que eu quisesse,seria impossível).
Sou intensa e só sei ser inteira-não consigo viver pela metade.E "apesar de todo o desencanto eu não desisto de amar"² .Sou apaixonada pela vida,extremamente curiosa e não temo questionar as minhas verdades ou escutar verdades diferentes das minhas.Tenho "Síndrome de Felícia" e "Síndrome de Peter Pan".Corro atrás do que quero e creio que quem não gosta de DESAFIOS durará pouco ao meu lado.Tolero muita coisa!Só não tolero INJUSTIÇA,gente que se acha melhor do que os outros (quaisquer que forem estes outros) gente que mente e gente de coração pequeno!
Eu sou o pássaro que migra para outros pólos quando alguém tenta cortar as asas da minha liberdade de pensar!Mas também sou peixe que não sobrevive muito tempo na superfície.Meu habitat natural são as profundezas e,para me encontrar verdadeiramente,é preciso fôlego e ousadia para uma imensa viagem a mergulho.
Sou um ser mutável.O meu viver verdadeiramente é aceitar um constante crescimento,abdicando de algumas coisas,absorvendo outras e conservando outras,ainda.
Enquanto viver,sou pedra sendo lapidada,obra em constante construção.Uma gota do oceano...e,simultaneamente, um universo que palavras algumas seriam o suficiente para descrever."

*Notas: 1 - "Só consigo ser uma pessoa: EU, seja lá quem eu for", frase de Bob Dylan. 2 - "Apesar de todo desencanto, eu não desisto de amar" é parte da letra da música "Daqui por diante", de Roberto Frejat.


O texto seguinte, mais antigo - e do qual extraí alguns trechos para o anterior - havia sido a primeira tentativa de resposta. Escrito de uma forma diferente, acho que também fala bastante a meu respeito.

"Sou um número. Um labirinto. Um grão de areia. Uma gota no oceano. Um UNIVERSO. Viajante do cosmos, caçadora de estrelas, astronauta.
...A grama está molhada, mas daqui consigo ver a Via Láctea!
LIBERDADE...pés descalços no meio da rua.Dançar na chuva, descer a lomba correndo, de braços abertos para voar... Descer do salto! Chinelo de dedos. Pantufa! Aconchego. Mãe! Proteção. Tigre. Bicho acuado. Filhote. Colo. Todas as espécies. E única. ET. Tão diferente, e tão semelhante.
Paixão. Tsunami. Os primeiros passos. A queda. Persistência. Luta. Coração aberto...muro pichado! Cicatrizes...o tempo, a cura. A CRUZ!!! Paz...O horizonte...até onde irá a humanidade...? A brisa...o futuro! Desbravador, coragem!!!
Um pouco de cada pouco: psicóloga de plantão, escritora, bióloga, veterinária, cantora, musicista, teóloga, professora, eterna aprendiz, pensadora, advogada (dos inocentes). Apaixonada. Jogadora de quinta. De fome não morreria.
O fruto. A prole. Metade. Espera (em Deus).
Eternidade... Face branda...cabelo branco.Sabedoria. Inocência. Infância.
Sinceridade? SEMPRE.
Caçadora da verdade. Pedra sendo lapidada. Obra em constante construção".

11 de janeiro de 2010

Ideias soltas: frases "próprias".


Como muito bem observou Michelangelo, "a estátua já está na pedra. Ali sempre esteve desde o começo dos tempos e a tarefa do escultor é vê-la e liberá-la, eliminando cuidadosamente todo o material que sobra."

Eis a razão das aspas colocadas propositalmente no título desta postagem. Considero arrogância de qualquer pessoa (escritor, pintor, compositor, roteirista, etc) afirmar que alguma coisa criada é sua ou, pelo menos, exclusivamente sua. Assim como a escultura já está na pedra, as ideias estão na vida e a verdade pertence a Deus. Meu papel, aqui, pois, é meramente de extraí-las e descrevê-las com minhas palavras.


A ideia principal da maioria destas frases poderá ser encontrada nas entrelinhas dos meus demais textos - ditas, algumas vezes, com diferentes palavras - afinal de contas, elas fazem parte daquilo em que acredito.


*P.S.: Esta postagem será atualizada toda vez que houver alguma frase ou trecho novos.


* POR GENTILEZA, RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS! OBRIGADA!*


"Começarei a desconfiar da qualidade de minhas ideias a partir do momento em que ninguém questioná-las."

"Estranho, pra mim, é alguém esperar ser verdadeiramente amado, sem se preocupar com passar para os outros a imagem daquilo que verdadeiramente é!"


“Não basta mudar de lugar quando o problema está dentro de você.”


"A rigidez do casco é proporcional à necessidade de proteção daquele que o habita."


"Desconfio que os sujeitos mais seguros são aqueles que não têm - e nem temem não ter - certeza de quase nada."


‎"Felicidade não é para pessoas necessariamente inteligentes e, sim, para pessoas sábias."


"Se você tem encontrado montanhas, ventos, tempestades, obstáculos...é porque está no caminho certo! No caminho fácil não tem nada disso. Mas lá, você nunca será vencedor. Porque não há o que vencer."

"O que você deve realmente perseguir na vida são as poucas coisas que, em dias cinzas, acendem o brilho dos seus olhos, diante do desânimo, lhe fazem prosseguir, e, mesmo na tristeza, são capazes de arrancar um sorriso do seu rosto."


"Aos que sabem receber uma crítica sem perder a consciência de seu valor, e receber um elogio sem se considerarem melhores ou mais importantes do que, de fato, são, a minha profunda admiração!"


"Se arrisco e faço, superando meus próprios medos, não é a tentativa alheia de me amedrontar que vai me fazer parar."
 

"Controle é sintoma de insegurança. Só precisa controlar quem está inseguro. Quem não está, orienta."

"Mais difícil do que entender que existem pessoas que precisam de ajuda e não a querem, foi entender que algumas precisam, querem, e não conseguem se deixar ajudar!"

"Algumas vezes, silenciar será a única atitude necessária e eficaz para que você se faça realmente compreender."


"O mais difícil não é mudar o mundo: o mais difícil é mudar os próprios - maus - hábitos. Quando a maioria de nós conseguirmos fazê-lo, então nos tornaremos potencialmente capazes de mudar o mundo."


"Você descobre a dor da ausência não quando está separado por quilômetros de distância de alguém. Mas quando está separado pela falta de amor. O amor é o caminho mais curto entre duas pessoas; e sua ausência, a maior das distâncias."


"Paz é aquilo que se sente ao agir de acordo com as verdades que internalizou e, não necessariamente, quando se está fazendo a coisa certa, ou o melhor a ser feito."


"Certas riquezas é melhor guardar em um baú e revelá-las somente a quem saberá reconhecer o seu real valor."


"Quem dera muitos não quisessem apenas colher os bons frutos do amor, mas também estivessem dispostos a plantá-los e cultivá-los!"


"Deus, em sua infinita benignidade,criou- direta ou indiretamente- todas as coisas. O fim e o modo com que você as utiliza é que lhes concederão a qualidade de boas ou más."


"Ciência e religião nunca brigaram entre si. Quem brigou foram cientistas e religiosos."


"A maior mentira que já contaram foi que só existem as coisas que podemos ver ou que acreditamos existir."


"Sou pássaro que migra para outros pólos quando alguém tenta cortar as asas da minha liberdade de pensar! E, simultaneamente, peixe que não sobrevive muito tempo na superfície: meu habitat natural são as profundezas e, para me encontrar verdadeiramente,é preciso fôlego e ousadia para uma imensa viagem a mergulho."


"Sair sem rumo, às vezes, é a melhor forma de encontrar a si mesmo."


"Sem dúvida, o mais maléfico de todos os defeitos é o orgulho. Pois este faz com que se fique cego a admitir - e, consequentemente, tratar - todos os outros."


"Enquanto você não aprender a amar a si próprio, dificilmente será capaz de convencer alguém de que merece ser amado!"


"Se o seu conhecimento passou somente pela mente e não pelo coração, definitivamente, você não conheceu!"


‎"A verdade é que, às vezes, não há outra escolha, senão a de aceitarmos e convivermos amigavelmente com uma dor...Quando a mudança de uma situação realmente não é possível, ou não ocorre de acordo com a nossa vontade, fazer as pazes com os fatos é o que de melhor temos a fazer. Muitas vezes, a revolta pode gerar mudanças necessárias, é verdade. Mas precisamos aprender a detectar o ponto em que ela se torna inútil; ou mesmo, um veneno, talvez fatal, em doses homeopáticas."


"Preconceito é algo que surge diante do que não somos capazes de compreender. E amor pelo próximo, quando cai a venda dos nossos olhos que nos faz pensar que somos melhores do que alguém!"


"Muitos ficam fantasiando sobre como é o inferno. Eu apenas olho para o mundo como está - desigualdade, indiferença, violência, desamor... - e constato uma prévia de no que resulta vivermos longe da presença e vontade de Deus!"


"Desejo a você, antes de dinheiro e saúde, pessoas com quem contar na vida, pois a pior dificuldade que um homem pode enfrentar é ter que suportar a ausência dos primeiros, e de todas as demais, sozinho!"


"Feliz do homem que descobriu que pessoas são a única espécie de troféu que precisa ser reconquistado todos os dias."


"Saberás se uma amizade ou um amor são verdadeiros assim que eles conhecerem as tuas piores faces."


"Um relacionamento não é destruído pelos erros cometidos, mas pela falta de humildade para reconhecê-los e arrepender-se - verdadeiramente - ou para perdoá-los!"


"Não temo a velhice. O que temo é, um dia, deixar morrer a criança que há em mim."

9 de janeiro de 2010

Pontapé inicial: o vício de agradar a todos!


Bom, compartilhar nossas idéias, ao mesmo tempo que é fonte de refrigério para pessoas de mentes inquietas como eu, é, também, assumir um risco: o de os outros gostarem, odiarem ou, até ficarem indiferentes ao que lêem. Mas o processo de agradar e desagradar a outros é algo presente no decorrer de toda a nossa vida. Enquanto para alguns você está "no ponto", para outros já está "passado" e, para outros, ainda está "cru". Algo que é fato e contra o que tentamos, em vão, lutar.

Hoje, aqui, para iniciar, entro em uma das coisas que aprendi e que, pra mim, se tornou relevante: que um dos maiores vilões de relacionamentos é "vício de agradar a todos".
Durante essas tentativas, em que muitas vezes nos tornamos capazes de assumir "carapuças" até mesmo controversas, chega (espera-se!) um momento em que percebemos que estamos perdendo tempo, e que só podemos esperar ser verdadeiramente amados (e aqui tanto faz se em relacionamentos de amizade, familiares, conjugais ou de qualquer outro cunho) quando passarmos a imagem daquilo que verdadeiramente somos. Um preço alto e gratificante a ser pago: implica no desprazer de perceber que são minoria as pessoas que sabem admirar as diferenças e amar - com e apesar delas; como na satisfação de ver que essas pessoas existem, têm um valor inigualável, e estão por aí, com o desejo e a ousadia de assumir relacionamentos verdadeiros,transparentes e sólidos.

Sermos amados pelo que somos não significa, no entanto, esperar que os pontos que precisam, de fato, ser melhorados no nosso caráter, devem ser aceitos pelos outros sem contestação ou que não devem ser trabalhados. Sim, eles devem! A menos que você seja uma pessoa conformada em não crescer (amadurecer) durante a sua vida - o que vai, inclusive, contra o curso natural da própria vida. E crescer, dói. Mas como ouvi certa vez alguém dizer e nunca mais esqueci: não crescer,dói mais ainda!

É preciso coragem para olhar para dentro de si, encarar o espelho, e assumir que teremos - sempre - o que melhorar. Mas um pouco de observação basta para perceber que isso faz parte da dinâmica da vida, e que não é necessário sentir culpa ou envergonhar-se, mas, antes, deve-se orgulhar de ser alguém que está sempre disposto a rever suas atitudes sem medos, sem perder a auto-confiança e a admiração por tudo de bom que se é e que se conquistou até então.

Em se tratando da diversidade/ das diferenças:

Como uma pessoa curiosa que sou, não espanta que eu tenha amizades com os mais diversos tipos humanos. O que, algumas vezes, me coloca em situações como estar com dois amigos de "planetas diferentes" sentados à mesma mesa, que simplesmente não conseguem estabelecer comunicação entre si! Já nas minhas festinhas de aniversário da adolescência era possível distinguir os "grupinhos" subdivididos: os da escola, os das festas, os metaleiros, as patricinhas, os das igreja e por aí vai. Todos eles contendo pessoas significativas na minha vida!

Como todos esses "tipos humanos" souberam e sabem, eu creio em Deus, e creio também que as diferenças são, não somente uma das coisas mais criativas e belas, como necessárias, que Ele fez. É preciso que assim seja, e que paremos com aquele velho e infantil narcisismo de achar que "só é bonito o que é espelho". É aquela conversa: "e se todos gostassem das mesmas coisas...e se todos só soubessem fazer as mesmas coisas,como seria, ou que graça teria, etc, etc?" Sem dúvida, morreríamos, ou na competição pelos escassos recursos, ou pela falta de criatividade. A vida precisa de equilíbrio e ele é adquirido, em parte, graças às diferentes habilidades, dons, talentos e necessidades humanas! Eu acho isso lindo!

Essa diversidade, porém, não significa que o ser humano não tenha, em sua essência, muitas coisas em comum: tão diferentes, mas tão iguais... Há um vazio em comum, no âmago de cada um de nós, que foi feito para ser preenchido...e existe somente uma forma de preenchê-lo!

Mas enfim, este já seria um outro assunto, no qual pretendo entrar mais à frente, porque creio que já está de bom tamanho por hoje! ;)

Que nos encontros e desencontros desse blog e da vida, possamos sempre extrair algo de bom e, de alguma maneira, quem sabe, talvez possamos aprender, juntos.

Bem-vindo!