28 de janeiro de 2010

Chaves de ouro


Quando decidimos ir embora, mas temos a sensação de que uma das portas ficara entreaberta, ou então, que não fora fechada com segurança, com chave de ouro, é como se uma parte de nós ficasse para trás, um capítulo do livro da nossa existência fica com um parágrafo em branco. Mais adiante, olhamos pra trás e vemos um vazio entre as lembranças. Nossa estrada fica sem um pedaço de chão. Então, nos damos conta de que avançáramos precipitadamente para a próxima etapa; que, na pressa, esquecemos de colocar os tijolos que constituiriam a ponte que conduzia ao outro lado, com a qual poderíamos ter evitado algumas quedas – que, por sua vez, deixaram feridas abertas. Percebemos, então, a necessidade de retornar, cobrir o vácuo, escrever as últimas palavras e colocar o ponto final, pois, assim, somente, teremos a certeza e a paz de que vivemos com PLENITUDE!

Não tenha pressa na sua caminhada; evite exigir avanços precoces de si mesmo. Cada um de nós tem seu ritmo; portanto, não se compare! Você é único, desenhado com uma impressão digital que nenhum ser de toda a história teve ou terá igual. Nem eu, nem você, temos controle absoluto sobre a vida e o tempo, portanto, na medida do possível, sinta o perfume único de cada momento e não deixe para depois o que pode e, talvez, até DEVA ser feito agora... pois é deveras triste quando uma história é interrompida por força maior e percebe-se que muitas portas que podiam ter sido fechadas com chave de ouro, ficaram com a de outros metais, menos nobres, que são rápida e facilmente roídos pela ferrugem.

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